sábado, 1 de agosto de 2009

Diferenças entre Solos

Além do clima e dos organismos, outros três fatores estão entre os principais responsáveis pelas diferenças entre os solos: o material de origem, ou seja, a rocha-mãe; o relevo; e o tempo, ou melhor, a idade do solo. Abaixo, veremos com mais detalhes, como esses fatores influenciam as características dos solos.

Rocha-mãe


Os diferentes processos de formação das rochas e a composição das mesmas são os responsáveis pelas diferentes características que possuem. Como as rochas são a base para a formação dos solos é esperado que solos originados a partir de rochas diferentes, possuam também características diferentes. É exatamente isso o que acontece!
Rochas ígneas, metamórficas ou sedimentares respondem de forma diferente aos processos de intemperismo envolvidos na formação do solo. Os intemperismos, físicos e químicos, são os principais responsáveis pela origem dos solos e por sua manutenção. Assim, diferentes respostas para a ação dos mesmos, interferem tanto na velocidade da formação, quanto em outras características como textura, espessura dos horizontes e consistência dos solos. Assim, mesmo sob condições idênticas de clima, organismos e relevo, certos solos se desenvolvem mais rapidamente do que outros e possuem inúmeras diferenças.
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Tipos de rochas
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Não apenas a forma como a rocha-mãe responde aos processos de intemperismo é importante para gerar as diferenças entre os solos. A sua composição mineral também afeta algumas características, como por exemplo, o pH, a fertilidade, cor e até mesmo, a retenção de água, já que a grande maioria dosminerais presentes em um solo é proveniente da rocha-mãe.
Relevo
O fator relevo pode promover no solo diferenças facilmente perceptíveis pela variação da cor e a composição e largura dos horizontes. Estas diferenças são, em sua maioria, resultantes de desigualdades na distribuição no terreno, da água da chuva, da luz doSol e da erosão. Desigualdades estas promovidas por diferenças no relevo deste terreno.
O clima, cujos principais elementos são a temperatura e a umidade, é um dos fatores que promove as diferenças entre os solos. Sendo assim, diferenças climáticas, causadas por diferenças na distribuição das chuvas e da luz solar, poderiam causar a formação de solos diferentes dentro de um mesmo terreno.
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Distribuição desigual da água
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Por exemplo, imagine um terreno com um relevo bem acidentado, formado por vários morros e vales. Quando chove, a água escoa para as partes mais baixas (os vales), que por isso acabam por receber mais água do que as partes mais altas.

Como a quantidade de água afeta, principalmente, os processos de intemperismo químico, solos diferentes são formados nos locais mais úmidos em relação aos mais secos. Assim, os solos das áreas mais baixas do terreno serão diferentes dos solos das áreas mais elevadas.
Diferenças na distribuição da quantidade de luz ocorrem, pois, em um local de relevo muito acidentado, algumas encostas e vales acabam recebendo luz solar apenas em algumas horas específicas do dia, enquanto os topos de morro, por exemplo, recebem luz o dia inteiro.
Conseqüentemente, os solos serão diferentes entre esses locais, já que a quantidade de luz solar está relacionada a quantidade de calor, temperatura, retenção de umidade e assim por diante, interferindo novamente nos processos de intemperismo.

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Erosão hídrica
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Com relação a erosão, o solo de áreas de relevo montanhoso sofrem mais a sua influência, já que as encostas das montanhas são mais suscetíveis a erosão, causada principalmente pelo escoamento das águas das chuvas.

A erosão pode ser tão forte que a velocidade de remoção do solo é maior do que a velocidade de formação do mesmo, sendo assim, nenhum solo permanece, ficando a rocha exposta. Se a velocidade de erosão é igual ou menor do que a formação, o solo permanece, mas não chega a ser profundo.
Em relevos quase planos, a erosão é muito pequena, formando, geralmente, solos bastante profundos.

Não devemos esquecer que a intensidade da erosão em locais com relevo montanhoso depende também da vegetação existente. Quanto mais acidentado for o relevo e menos vegetação possuir nas encostas das montanhas, maior será a erosão do solo.

Tempo (idade do solo)

A superfície de um afloramento rochoso, onde musgos e outro pequenos vegetais começam a se desenvolver sobre uma delgada camada de rocha já modificada pela ação dos processos de intemperismo, pode ser teoricamente considerada como o estágio inicial da formação do solo.

Com o passar do tempo, e não havendo erosão acelerada, as características desse solo começam a tornar-se cada vez mais distintas e o seu perfil se espessa podendo atingir alguns metros de profundidade.

Assim, podemos concluir que a característica mais influenciada pelo tempo é a espessura do solo. Solos mais jovens são normalmente mais rasos do que os mais velhos.

O período necessário para que um solo passe do estágio jovem para o maduro varia com o tipo de material de origem, condições de clima e grau de erosão. Este não é um processo rápido e instantâneo, demorando sempre de centenas a milhares de anos.