Fontes alternativas de energia

Quem poderia imaginar, o azeite de dendê, condimento muito usado na culinária baiana, é a mais nova fonte de energia alternativa do nosso país. Fontes de energia alternativa são aquelas não derivadas do petróleo e de usinas hidrelétricas, que são as duas principais fontes de energia brasileira.

O óleo de palma ou azeite de dendê está sendo testado em algumas cidades da região norte do Brasil, para substituir o óleo diesel e vem apresentando bons resultados.

Além de possuir um rendimento maior do que o óleo diesel (produz mais energia por litro do que o óleo diesel), seu custo de produção é muito menor, é umrecurso renovável e não polui o ambiente. E ainda tem mais, a produção é toda nacional!! As árvores (palmas), que produzem os frutos de onde é extraído o óleo ou azeite de dendê, são de fácil cultivo, adaptando-se bem a áreas úmidas e bem sombreadas.

A substituição do óleo diesel, combustível derivado de petróleo, pelo azeite de dendê só traz vantagens. A marinha já estuda usar o novo combustível em barcos da Amazônia e quem sabe daqui a pouco tempo, os caminhoneiros não sejam os próximos a experimentar essa fonte de energia limpa e nacional. Já pensou que engraçado, eles chegando em um posto de combustível e pedindo: completa com azeite de dendê!

É um combustível que pode ser usado tanto para movimentar veículos quanto para gerar energia elétrica.

A procura por novas fontes alternativas de energia não atinge apenas o Norte do Brasil. Em outras regiões, já estão sendo testadas outras formas de reduzir o consumo dos derivados de petróleo e da energia hidrelétrica. Em Curitiba (PR), uma mistura de 20% de óleo de soja em óleo diesel foi testada em ônibus urbanos. No Rio de Janeiro (RJ), que acaba de lançar o programa Rio-Biodiesel, um combustível à base de óleo de fritura movimentou um ônibus. O óleo extraído de grãos de canola está sendo testado para substituir o óleo-diesel em Ijuí (RS).

Os principais motivos que incentivaram e incentivam a procura por energias alternativas aqui no Brasil são:

• o alto custo de produção do petróleo e energia hidrelétrica;
• a necessidade de importação do petróleo, pois a produção nacional é insuficiente para suprir a população com todos os seus derivados;
• o petróleo é um recurso não-renovável, o que significa que não vai durar para sempre;
• o petróleo é uma das fontes de energia mais poluidoras do meio ambiente;
• os grandes impactos ambientais gerados pela construção de hidrelétricas;
• a produção de energia através de usinas hidrelétricas, mesmo utilizando um recurso renovável (a água), devido as alterações climáticas mundiais e a destruição de matas ciliares e nascentes do rios, gerando energia insuficiente para toda a população brasileira;
• os elevados custos de transporte da energia hidrelétrica, já que a sua produção fica concentrada em apenas algumas áreas do Brasil onde existem rios adequados para a construção das usinas.
  

As iniciativas para a procura por novas fontes de energia já existem há muito tempo no nosso país.

Já em 1975 foi criado o Proálcool (Programa nacional do álcool), que tinha como objetivo reduzir a importação do petróleo, cujo preço estava altíssimo devido a guerra árabe ? israelense (os países árabes já comandavam os preços desse produto no mercado mundial, pois já eram os principais produtores). O álcool, por ser um combustível renovável, extraído da cana de açúcar, capaz de substituir a gasolina (derivado do petróleo), além de ser menos poluente do que esta, foi escolhido para alcançar este objetivo.

No início do projeto, este combustível era apenas adicionado à gasolina, formando uma mistura que recebeu o nome de gasoálcool, um pouco menos poluente e mais barata, sendo usada até hoje. Depois, com novos aumentos no preço do petróleo mundial, os investimentos no Proálcool foram também aumentados e carros movidos apenas à álcool começaram a ser produzidos.

Ao longo dos anos, com a diminuição desses investimentos, houve uma diminuição na colheita de cana de açúcar voltada para a produção de álcool e conseqüentemente passou a faltar álcool para abastecer a grande frota de veículos movidos por esse combustível. O programa entrou em decadência e o consumo da gasolina, mais poluente e mais cara, voltou a aumentar.

Temos que lembrar que apesar do Proálcool ter sido uma importante iniciativa para o desenvolvimento de fontes de energia alternativa, ele causou sérios danos ambientais. A substituição mal planejada de ambientes naturais por plantações enormes de cana de açúcar, promoveu a destruição de grande parte de alguns ecossistemas brasileiros. O cerrado foi um dos mais atingidos.

Diminuir a poluição, mas aumentar a destruição não é vantagem nenhuma para o meio ambiente. O governo atual pretende reativar o programa!! Esperamos que não cometam os mesmos erros do passado.

Desde a época do Proálcool, o Brasil vem se envolvendo com pesquisas voltadas para a produção alternativa de energia. Esse investimento rendeu ao nosso país cerca de 40% da produção energética proveniente de fontes renováveis e não poluidoras de energia, enquanto que no mundo todo menos de 20% da energia provém de recursos renováveis (80% provém do carvão e petróleo).

Existem inúmeras fontes de energia alternativa além das citadas acima, algumas tão estranhas quanto o azeite de dendê, como por exemplo:

• energia geotérmica, proveniente do interior do planeta Terra. É um recurso não-renovável, mas muito pouco poluente;
• energia das marés, proveniente do movimento de marés das águas oceânicas. É um recurso renovável, não poluente, mas restrito as áreas litorâneas;
• energia das ondas, proveniente do movimento das ondas. É um recurso renovável, não poluente, mas restrito as áreas litorâneas;
• gás natural, apesar de ser um derivado do petróleo, é menos poluente e possui um rendimento maior. Tem sido muito usado como combustível de veículos automotores;
• energia eólica, proveniente dos ventos. É um recurso renovável e não poluente, que já vem sendo utilizado no Brasil;
• energia solar, proveniente da luz solar. É um recuso renovável e não poluente, que também já está sendo utilizado no Brasil.

O exemplo brasileiro já está sendo seguido por outros países. Quem sabe, com a utilização dessas novas fontes de energia, não construiremos um futuro melhor para o nosso planeta. Dá-lhe azeite de dendê!